TRAGÉDIA URBANA EM SEIS ATOS
© Alexandre Fernandes Heredia
Um.
Não deu tempo nem de reagir. Foi no susto. O cara disse alguma coisa e atirou. Nelson não entendeu o que foi, apenas ouviu o estampido e a queimação em sua perna direita.
Dois.
De alguma maneira ele conseguiu ficar de pé. Clique de engatilhamento, mais um estampido, muita fumaça. O calor agora veio em seu braço esquerdo. Quem era aquele cara?
Três.
Em pânico, Nelson virou e tentou correr. A perna baleada fraquejou, mas ele manteve o equilíbrio parcialmente. Sua mente não conseguiu se concentrar em outra coisa além da fuga, mas seus ouvidos captaram um novo engatilhar. Suas costas desprotegidas receberam o impacto. Estacou por um instante, o sangue escorrendo pelos ferimentos semi-calcinados. Ainda de pé, deu mais dois passos vacilantes.
Quatro.
Era seu fim, ele sabia. Quando o novo impacto veio em seu único braço bom ele percebeu que iria morrer, independentemente do que fizesse. O que ele tinha feito para merecer aquilo? Sempre foi um cara calmo, tranquilo, nunca se meteu em encrenca.
Cinco.
Mais um impacto em suas costas. Sentiu o pulmão se encher de sangue. A garganta se inundou com o líquido borbulhante de suas veias destroçadas. Tentou falar, mas sua garganta só emitiu um gorgolejo repugnante. Quem era aquele cara?! O que ele tinha feito para ser executado daquela maneira? Era a primeira vez que ele vinha até o Jacarepaguá, e isso por causa de uma porcaria de um ônibus errado!
Seis.
Mesmo que os pulmões não estivessem inundados, ele não conseguiria falar mais nada, pois o sexto impacto destroçou sua garganta. Finalmente sem forças, Nelson caiu, rosto no asfalto. Sua mente nublada ainda ouviu o assassino apertar o gatilho mais duas vezes, mas aparentemente a munição havia acabado. Ouviu ainda uma outra voz gritando "Vâmu, vâmu, sujou, não é o cara!", mas seu corpo não reagia mais. Fechou os olhos, e pensou em sua mulher, grávida de 3 meses, que teria que criar seu filho sozinha no mundo. Tudo por causa da porcaria de um ônibus errado.
Descubra o final da história em:
http://noticias.terra.com.br/brasil/interna/0,,OI451866-EI316,00.html
Um.
Não deu tempo nem de reagir. Foi no susto. O cara disse alguma coisa e atirou. Nelson não entendeu o que foi, apenas ouviu o estampido e a queimação em sua perna direita.
Dois.
De alguma maneira ele conseguiu ficar de pé. Clique de engatilhamento, mais um estampido, muita fumaça. O calor agora veio em seu braço esquerdo. Quem era aquele cara?
Três.
Em pânico, Nelson virou e tentou correr. A perna baleada fraquejou, mas ele manteve o equilíbrio parcialmente. Sua mente não conseguiu se concentrar em outra coisa além da fuga, mas seus ouvidos captaram um novo engatilhar. Suas costas desprotegidas receberam o impacto. Estacou por um instante, o sangue escorrendo pelos ferimentos semi-calcinados. Ainda de pé, deu mais dois passos vacilantes.
Quatro.
Era seu fim, ele sabia. Quando o novo impacto veio em seu único braço bom ele percebeu que iria morrer, independentemente do que fizesse. O que ele tinha feito para merecer aquilo? Sempre foi um cara calmo, tranquilo, nunca se meteu em encrenca.
Cinco.
Mais um impacto em suas costas. Sentiu o pulmão se encher de sangue. A garganta se inundou com o líquido borbulhante de suas veias destroçadas. Tentou falar, mas sua garganta só emitiu um gorgolejo repugnante. Quem era aquele cara?! O que ele tinha feito para ser executado daquela maneira? Era a primeira vez que ele vinha até o Jacarepaguá, e isso por causa de uma porcaria de um ônibus errado!
Seis.
Mesmo que os pulmões não estivessem inundados, ele não conseguiria falar mais nada, pois o sexto impacto destroçou sua garganta. Finalmente sem forças, Nelson caiu, rosto no asfalto. Sua mente nublada ainda ouviu o assassino apertar o gatilho mais duas vezes, mas aparentemente a munição havia acabado. Ouviu ainda uma outra voz gritando "Vâmu, vâmu, sujou, não é o cara!", mas seu corpo não reagia mais. Fechou os olhos, e pensou em sua mulher, grávida de 3 meses, que teria que criar seu filho sozinha no mundo. Tudo por causa da porcaria de um ônibus errado.
Descubra o final da história em:
http://noticias.terra.com.br/brasil/interna/0,,OI451866-EI316,00.html