Antelóquios

  O que são exatamente Antelóquios? De acordo com o dicionário:

antelóquio: do Lat. anteloquiu; s. m., aquilo que se diz antes; prefácio; prólogo.

No caso, Antelóquio nada mais é que um exercício literário simples. Pega-se uma notícia real, disponível aos borbotões na Internet, e cria-se uma ficção anterior ao fato narrado. Só isso. Não há compromisso com a verdade. Não há preocupação com os envolvidos. Simplesmente é utilizado um fato real para inspirar uma narrativa fictícia. Gostou da idéia? Faça um Antelóquio e me mande. Quem sabe eu não coloco aqui, junto com os meus? Notícias bizarras acontecem todos os dias, apenas aguardando que alguém inspirado as aproveite. Quer exemplos? Abaixo segue uma sequência de Antelóquios criados por mim.

ATENÇÃO: Todos os textos aqui expostos são trabalhos de FICÇÃO. A responsabilidade pela veracidade dos fatos das notícias referidas é totalmente dos veículos apontados. Caso a exploração de alguma notícia ofenda ou difame alguém pessoalmente, peço que entre em contato comigo, que ela será imediatamente retirada.
 


Thursday, March 17, 2005

ANTI-CLÍMAX

© Alexandre Fernandes Heredia


Mão naquilo, aquilo na mão, esfrega, esfrega, línguas entrelaçadas.

- No, no, ahora no...

- ¿Por qué no?

- Usted sabe. Si mi novio descubre...

- ¿Cómo? Él no sabe donde estamos. Nunca descubrirá nada.

- No sé. Tengo miedo...


Mais beijos, mais esfregação. A blusa dela misteriosamente cai sobre o painel. Mais dois gestos rápidos e o sutiã já estava pendurado no encosto de cabeça do banco, indo contra todas as leis da física.

- No...

- Sí... Apenas un poco...

- Tengo vergüenza...

- Veni...


Língua toca mamilo, percorre o busto, o pescoço (arrepios!), queixo e pára na boca. Línguas se entrelaçam novamente. As mãos dela percorrem as costas dele, passando pela nuca e parando em seus cabelos, agarrando-os com força. A mão dele acaricia seus seios.

- Está bien, pero no se olvides del forro*.

- Ponga para mí.

- Dá-me...

- Ahhh...


Roupas voam aleatoriamente, mesmo no espaço apertado. O banco do motorista desce, a mulher desgovernada sobe, costas no volante, cabeça no teto, joelho direito na porta, esquerdo no freio de mão. Ancas com ancas, segundos para encontrar a posição correta, movimento descendente. Arcada superiora morde lábio inferior.

- Ahh, síííí...

- Humm.


Gemidos se tornam grunhidos, grunhidos se tornam gritos. Unhas rasgam pele, curvim e carpete com a mesma ferocidade.

Tlec!

- Que pasó?

- Nada, vení, hummm...


Movimentos ritmados e claustrofóbicos. Êxtase, delírio, “sí, sís”, gritos, sacolejar, ruídos estranhos.

- ¡Oh, Dios mio!

- Sí, sí, casi...

- ¡No, bolludo! Abre los ojos!

- Casi, casi...


Ela desmonta num movimento rápido, jogando-se no banco do passageiro. O parceiro olha-a frustrado.

- ¿Que pasa?

- ¡Mira, estúpido! Haga algo, rápido!

- ¡Aaaaaahhhhhh!


Descubra o que aconteceu, clicando no link abaixo:
http://noticias.terra.com.br/popular/interna/0,,OI405151-EI1152,00.html

* "Está bem, mas não se esqueça da camisinha"(N.doA)